No segundo semestre de 1975, dois jovens professores se encontraram para falar sobre educação, ambos preocupados com a situação do ensino oferecido em Luziânia, da antiga pré-escola até o científico, hoje Ensino Médio.

Hermes Carneiro era professor de matemática no Colégio Estadual Professor Antônio Valdir Roriz e Décio de Nazareth Roriz lecionava em Goiânia, porém estava de mudança para Brasília. O primeiro conhecia bem a realidade local do ensino e se preocupava bastante, pois as salas estavam lotadas, muitos que chegavam à cidade não encontravam vagas e havia uma carência grande de professores, salas, móveis, materiais didáticos etc.

Foi num encontro na sacristia da Igreja Matriz, na presença do saudoso Padre Dário de Romedis, que os três manifestaram a preocupação com a situação educacional. Para os dois, seria maravilhoso poder oferecer aos jovens de Luziânia a oportunidade de estudarem aqui, com um bom nível de ensino, sem ter necessidade de procurar isso em outras cidades, normalmente em Goiânia ou Brasília, pois Luziânia não havia o 2º grau, sendo que vários estudantes daqui tiveram que sair para Goiânia, em busca de estudos necessários e importantes em suas formações.

Um obstáculo surgiu de imediato: não tinham capital para iniciar essa atividade empresarial. Na época, procuraram dois amigos para compor o grupo, porém, eles não encontraram tempo suficiente para a realização do projeto. Daí, tiveram que escolher a dedo novos parceiros que pudessem entrar com o dinheiro e eles com a experiência de lecionar, porém sem terem passado por uma direção escolar. Com isso, convidaram o Sr. Francisco de Assis Dantas, empresário local, e o Dr. Izaac Gonçalves, advogado, professor e ex-diretor do Colégio Estadual Professor Antônio Valdir Roriz. E o local?

A Igreja possuía um prédio inacabado, situado na Rua Santíssimo Sacramento, que poderia ser aproveitado para tal finalidade. Mais uma vez o Padre Dario ajudou nessa empreitada, alugando o prédio com a seguinte condição: todo o valor gasto no acabamento seria descontado nos valores dos aluguéis futuros. Tiveram que agilizar bastante, pois enquanto preparavam a documentação para o Conselho Estadual da Educação, tocavam a obra, contrataram um contador para constituir a empresa e saíram para comprar móveis para a secretária, arquivos, cadeiras, carteiras, mesas e dezenas de coisas pequenas para o perfeito funcionamento do Colégio.

Com isso, no dia 22/01/1976 o Colégio recebia seu CGC e no dia 15/03/1976, tiveram a aula inaugural, ainda com poucos alunos de 1º e 2º graus, como eram conhecidos os cursos. Dois meses depois firmaram convênio com a prefeitura, através do seu representante, Dr. Walter Rodrigues e assim puderam receber mais 120 novos alunos, distribuídos basicamente de 1ª a 4ª séries, pois as salas das escolas municipais estavam cheias demais.

A estrutura de uma escola é muito mais do que suas paredes, corredores e mobiliário que precisa garantir conforto e segurança. Na verdade, essa estrutura revela o ambiente de aprendizagem que abriga as relações que ali acontecem e envolvem o ensino, o aprendizado, os afetos e as ligações interpessoais do processo educacional.